Título
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ÍNDICE DE CASOS DE HEPATITES VIRAIS NO ESTADO DA PARAÍBA 2010 - 2015
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Autores
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Maria Iasmim Lopes Ramalho (Relatora)
Alwsca Layane Gonçalves Rolim
Bruna Alves
Izabel Patrício Bezerra
Nayane da Silva Sousa
Paula Frassinetti Oliveira Cezário
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Modalidade
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Comunicação coordenada
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Área
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Enfermagem em Saúde Coletiva
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INTRODUÇÃO
Hepatite viral é uma infecção sistêmica em que as manifestações predominantes são decorrentes da lesão e disfunção hepática. A mesma apresenta características clínicas e laboratoriais semelhantes, porém, com importantes particularidades, quanto às diferenças epidemiológicas e a sua evolução.
As hepatites virais são as causas mais importantes de doença hepática e responsáveis por um elevado número de casos de morbidade e mortalidade, sendo assim consideradas um grave problema de saúde pública (VIEIRA et al, 2010).
OBJETIVOS
O estudo objetiva analisar dados secundários do estado da Paraíba a respeito das hepatites virais com intuito de averiguar o padrão epidemiológico, faixa etária e a forma clínica que acometem as cidades paraibanas com população acima de 50.000 habitantes.
MÉTODO
Trata-se de um estudo descritivo, transversal, retrospectivo, de abordagem quantitativa, realizada no mês de janeiro do corrente ano na base de dados do SINAN do Ministério da Saúde, referente ao ano de 2010 a 2015. Segundo resultado do censo de 2014 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Paraíba possui uma população de 3.943.885 habitantes, sendo composta por 223 municípios, dos quais foram selecionados para o determinado estudo os municípios de Campina Grande, Santa Rita, Patos, Bayeux, Sapé, Sousa, Cajazeiras, Cabedelo e Guarabira. É importante ressaltar que informações alusivas á João Pessoa, capital do estado, não estão incluídas na pesquisa devido a alta discrepância no número de notificações de dados em relação aos informes das cidades estudadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Paraíba notificou 2.952 casos de hepatites virais nos últimos seis anos estudados. Como vemos na tabela 1, o total de casos notificados nas cidades paraibanas pesquisadas, é um dado quase regular, onde a maioria delas apresentam números bem parecidos. É notável que no ano de 2013 houve um maior número de casos notificados, representando 37,81% (166) do total. Podemos atribuir esse fato, possivelmente, ou a um aumento na incidência da doença, ou a um aumento das notificações da mesma. Nesse mesmo ano, é observado que a cidade de Campina Grande apresentou 121 casos e que nos anos posteriores esse número diminuiu para 68 casos, o que pode significar uma ação para controle da incidência, porém não podemos afirmar isso, devido aos dados subnotificados.
Tabela 1. Número de casos confirmados de hepatite viral nas cidades com mais de 50.000 habitantes no Estado da Paraíba, 2010-2015.
CIDADES 2010 2011 2012 2013 2014 2015 TOTAL
Bayuex 11 6 - 13 5 - 35
Cabedelo 5 13 8 5 2 3 36
Cajazeiras 17 13 5 1 4 1 41
Campina Grande 19 17 22 121 65 3 247
Guarabira - 5 1 2 7 5 20
Patos 3 1 6 24 17 6 57
Santa Rita 3 - - - - - 3
Sapé - - - - - - -
Sousa - - - - - - -
FONTE: Departamento de Informática do SUS – DATASUS, 2016.
Tabela 2. Forma clínica dos casos pesquisados no período de 2010 a 2015 nas cidades paraibanas.
CIDADES FORMA AGUDA FORMA CRÔNICA
Bayuex 20 8
Cabedelo 20 13
Cajazeiras 31 4
Campina Grande 195 67
Guarabira 5 8
Patos 41 11
Santa Rita 3 0
Sapé 0 0
Sousa 0 0
Total 315 111
FONTE: Departamento de Informática do SUS – DATASUS, 2016.
Constatamos a partir dos dados analisados que a manifestação da hepatite aguda corresponde a 315 casos sendo a mais incidente no estado da Paraíba. Nos anos de 2010 a 2012 o número de hepatites virais agudas e crônicas equivalia a 137 casos, no entanto no período compreendido entre 2013 a 2014 o número de novos casos equivalia a 254 casos apresentando aumentos significativos principalmente nas cidades de Campina Grande, Bayeux e Patos.
No ano de 2015 foram notificados apenas 23 casos evidenciando uma diminuição no número de notificações o que pode estar associado a intervenções epidemiológicas das secretárias de saúde dos municípios como também a prevenção imunização e a existências de subnotificações da patologia.
O Brasil nos últimos anos apresenta mudanças no perfil epidemiológico das hepatites virais devido a cobertura vacinal contra as hepatites A e B, as melhores condições de higiene e saneamento básico das populações, como também aos avanços tecnológicos que resultaram em novas técnicas moleculares para diagnosticar a hepatite C (BRASIL, 2014).
Os dados mostram que uma das principais formas de transmissão ocorre pelo consumo de alimento e água contaminada representando um total de 149 casos nas cidades pesquisadas, constatamos uma maior incidência de casos relacionados a hepatites A e E, porém a transmissão via sexual também possui relevância em decorrência de 33 casos notificados nas cidades pesquisadas.
A análise dos dados evidencia que as faixas etárias mais acometidas por hepatites virais no estado da Paraíba são respectivamente indivíduos com idades entre 5 a 9 anos (102 casos), 20 a 39 anos (78 casos), 40 a 59 anos (76 casos) e,10 a 14 anos (63 casos) e 15 a 44 anos(44 casos).
CONCLUSÃO
Verificamos a partir dessa pesquisa a necessidade de ações de vigilância à saúde e melhoria das informações epidemiológicas no âmbito municipal e estadual. A prática da notificação de doenças é uma atitude imprescindível para a melhoria da prestação da assistência à saúde. Percebeu-se também que os estudos epidemiológicos sobre hepatites virais no Estado da Paraíba são escassos, mostrando assim a necessidade e importância de novas pesquisas e estudos clínicos, permitindo o monitoramento e planejamento de ações de prevenção e controle dos agravos da doença.
Descritores: Hepatites virais. Notificação. Epidemiologia. Índice.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da saúde. DATASUS. Informações de saúde. Doenças de notificação: Hepatite, 2016. Disponível em: <http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/tabnet/dh?sinannet/hepatitesvirais/bases/hepabrnet.def>. Acesso em: 10 mai. 2016.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Extraído de [http://www.ibge.gov.br/] Acesso em: 10 mai. 2016.
VIEIRA, M. R. M. et al. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DAS HEPATITES VIRAIS NO NORTE DE MINAS GERAIS. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 34, n 2, 2010. Disponível em: <http://inseer.ibict.br/rbsp/index.php/rbsp/article/viewFile/40/40>. Acesso em: 10 mai. 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 812 p. Modo de acesso <www.saude.gov.br/bvs>.