Título
PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL: UMA PROPOSTA DE ATENÇÃO INTERDISCIPLINAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores
Maria Jeanny de Albuquerque (Relatora)
Lucelia Fernandes Diniz
Jorgeanny Dantas de Araújo
Alessa Cristina Meireles de Brito
Fabricia de Sousa Oliveira
Erlane Aguiar Feitosa de Freitas
Modalidade
Comunicação coordenada
Área
Enfermagem em Saúde do Adulto e do Idoso

INTRODUÇÃO
A Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou o termo “envelhecimento ativo” para propagar o processo de conquista dessa visão, sendo “ativo”, referente à participação continuada nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho. A promoção do envelhecimento ativo e a manutenção da máxima capacidade funcional do indivíduo que envelhece, pelo maior tempo possível, são os focos centrais da Política Nacional de Saúde do Idoso - PNSI e implicam na valorização da autonomia e a preservação da independência física do idoso (WHO, 2005). 

Manter a autonomia e independência durante o processo de envelhecimento é uma intenção fundamental para indivíduos e governantes. Esta é a razão pela qual, interdependência e solidariedade entre gerações são princípios relevantes para o envelhecimento ativo. É necessário que se compreenda que nem a capacidade intrínseca, nem a capacidade funcional continuam constantes com o avanço dos anos, pois as mesmas tendem a diminuir, e as escolhas de vida ou as influências em diferentes fases durante a vida irão determinar a trajetória de cada sujeito (OMS, 2015).

A promoção do envelhecimento saudável abrange o desenvolvimento de ações que incitem a melhoria constante das habilidades laborais, por meio da adoção precoce de hábitos saudáveis, como uma alimentação adequada, prática regular de atividades físicas, convivência social instigante na busca de uma atividade ocupacional prazerosa e de um mecanismo de diminuição do estresse, e a eliminação de comportamentos prejudiciais à saúde, dentre eles o tabagismo, o alcoolismo e a automedicação (WHO, 2005).

No que diz respeito à formação de uma equipe interdisciplinar na atenção à saúde do idoso, faz-se imprescindível à participação; a análise em conjunto do problema; e a relação de conhecimentos específicos de áreas diversas com a finalidade comum de promover e amparar a saúde (VIEIRA; RAMOS, 2009).

Em relação ao atendimento que deve ser proporcionado ao idoso, existe a necessidade de que os componentes da equipe interdisciplinar apresentem determinadas características consideradas como fundamentais para um desempenho eficiente, as quais deverão se fazer presentes em todos os seus membros. Diante disso, além dos predicados como experiência, conhecimentos adquiridos em decorrências de suas disciplinas de origem, o empenho e a disponibilidade de trabalhar em conjunto, é indispensável que esses profissionais estejam inteiramente conscientes da filosofia de trabalho que orienta a equipe (LEME & PORTELA, 2010).

OBJETIVO
Perante o exposto, o estudo tem por objetivo expor a experiência de alunos extensionistas do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande em um projeto de extensão, além de demonstrar a partir do relato a importância da prática de atividade física e da educação em saúde na busca da melhoria da qualidade de vida da população idosa.

METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, de discentes do curso de Enfermagem durante a participação em atividades do projeto de extensão universitária “Promoção do envelhecimento saudável: uma proposta de atenção interdisciplinar”, o mesmo foi desenvolvido no Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande, tendo como parceiros: o Serviço Social do Comércio de Cajazeiras - PB (SESC) e a Paróquia São José Operário, apresentando como público alvo, os idosos residentes na cidade de Cajazeiras/PB, a vigência abrangeu o período de maio a dezembro de 2016. 

A equipe foi composta por nove membros, sendo seis alunos extensionistas incluindo uma bolsista e cinco voluntários, cinco orientadoras e uma coordenadora. Os alunos foram divididos em dois grupos como estratégia para que mais ações fossem executadas durante o período de vigência do projeto. As atividades foram divididas em três fases com o intuito de melhorar e dinamizar a atuação de todos os participantes. 

1ª Fase: Consistiu na realização de práticas de atividades motoras com os idosos no intuito de torná-los mais ativos e integrados ao grupo.
2ª Fase: Incidiu na busca ativa por esses idosos junto à comunidade, juntamente com atualização de cadastro com a finalidade de verificar a saúde atual desses idosos, tornar o grupo maior para as práticas de exercícios, e mesmo para que ocorresse uma socialização com a comunidade em si.
3ª Fase: Culminou na realização das ações e atividades elaboradas para promoção da saúde e prevenção de doenças.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
As atividades foram realizadas ao longo da vigência com dois encontros semanais, em dias pré-determinados para que houvesse uma participação maior dos idosos. A realização de visitas domiciliares também surtiu um efeito positivo, visto a realização da busca ativa dos indivíduos faltosos. O projeto conseguiu totalizar ao longo dos 8 meses de sua vigência a participação de 267 pessoas, o que mostra uma boa participação do público atendido. 

No desenvolvimento das atividades propostas pela equipe interdisciplinar, o foco fundamental baseou-se na realização de todas as ações planejadas pela equipe interdisciplinar. Dentre as atividades merecem destaque: atividades físicas (pilates, dança e ginástica laboral), lazer (comemoração das festas tradicionais), ações de promoção da saúde, orientações nutricionais, consultas gerontológicas, cardíaco e atendimento odontológico. 

As atividades educativas eram realizadas semanalmente, abordando os seguintes temas: alimentação saudável com controle do colesterol, diabetes e hipertensão arterial; osteoporose, quedas, artrite e artrose; transtorno depressivo; orientação de higiene corporal e para a saúde bucal; câncer de colo do útero, de mama e câncer de próstata.

No que tange as atividades de promoção da saúde desenvolvida pela equipe interdisciplinar as mesmas contribuíram para reduzir a vulnerabilidade de adoecer do idoso, aumentou as chances se tornarem mais independentes com autonomia para realizarem atividades básicas e instrumentais de vida diária. Os profissionais são importantes meios para condução de informações sobre os fatores que interferem diretamente na saúde, sendo necessário que a equipe multiprofissional esteja envolvida na educação em saúde como forma de gerar saúde e abrandar agravos, portanto os mesmos precisam fazer das atividades algo ininterrupto e permanente nos serviços de saúde, já que muitas vezes é negligenciado por parte da equipe (FERNANDES & BACK, 2010). 

Os extensionistas utilizaram-se das visitas domiciliares pela necessidade de contemplar os idosos que ainda não tinham conhecimento a cerca do projeto. Estas foram feitas como estratégia de aumentar o número de indivíduos participantes, visto a necessidade de informações dessa população sobre os benefícios da prática de atividade física oferecidas durante os encontros semanais. As visitas realizadas pelos extensionistas, também tiveram a finalidade além de localizar, também conhecer a realidade de cada idoso. 

Ao longo da vigência procuramos sempre uma participação ativa dos envolvidos, trabalhando com temáticas atualizadas e de extrema importância para gerar o bem estar de todos os envolvidos, desenvolvendo ações que constituíssem uma comunicação ativa e totalmente aberta a elucidações de dúvidas. A realização das visitas como ferramenta de estreitamento dos vínculos entre os alunos e os idosos, o que proporcionou aos extensionistas conhecerem da realidade na qual os idosos estejam inseridos (ALVES, 2005).

CONCLUSÃO
Analisando a experiência adquirida ao longo da vigência do projeto, pode-se concluir que existiu satisfação de ambas as partes envolvidas, sendo alcançados os objetivos determinados e havendo uma construção compartilhada de conhecimento. Com isso, constata-se que a prática de atividade física na terceira idade é uma ação de extrema importância para se alcançar a melhoria da qualidade de vida da população idosa, e para o desenvolvimento da consciência crítica do individuo em relação a sua própria saúde. 

Descritores: Idosos. Atividade Motora. Extensão. Visita domiciliar.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, V. S. Um modelo de educação em saúde para o Programa Saúde da Família: pela integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial. Interface - Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.16, p.39-52, set.2004/fev.2005. <http://www.scielosp.org/pdf/icse/v9n16/v9n16a04.pdf> Acesso em: 14 maio. 2017.
FERNANDES, M. C. P; BACKES, V M S. Educação em saúde: perspectivas de uma equipe da Estratégia Saúde da Família sob a óptica de Paulo Freire. Rev Bras Enferm. 63(4): 567-573, jul.-ago. 2010. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/reben/v63n4/11.pdf> Acesso em: 14 maio. 2017. 
LEME, L. E. G.; PORTELA, Y. M. A. Aspectos Interdisciplinar. In: CARVALHO FILHO E. T.; PAPALEO NETO, M. Geriatria: fundamentos, clínicos e terapêutico. São Paulo: Atheneu; 2010. p. 87.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório Mundial de Envelhecimento Humano (Resumo), Genebra 27, Suíça, 2015. Disponível em:< http://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2015/10/OMS-ENVELHECIMENTO-2015-port.pdf> Acesso em: 24 maio.17
VIEIRA, E. B; RAMOS L. R. Manual de Gerontologia: um guia teórico-prático para profissionais, cuidadores e familiares. Rio de Janeiro: Editora Revinter; 2009.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília, DF: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005. Disponível em:< http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf> Acesso em: 04 maio.2017