Título
JOGO COMO METODOLOGIA ATIVA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores
Fabrícia Cristina Vidal Silva (Relatora)
Bruno Neves da Silva
Maisa Galdino Pereira
Paloma Karen Holanda Brito
Mike Douglas Lopes Fernandes
Marcelo Costa Fernandes
Modalidade
Comunicação coordenada
Área
Enfermagem em Saúde Coletiva

INTRODUÇÃO 
Com o passar dos anos o processo educativo vem sofrendo transformações e isso se dá a partir das novas exigências da atualidade no que diz respeito às formas de educar. Entretanto, de acordo com Gurgel e Fernandes (2015), percebe-se que, apesar dessas modificações, a formação dos discentes da área da saúde tem muitas vezes como base a utilização de uma educação tradicional, com apenas transmissão de informações sem instigar a reflexão destes, ao mesmo tempo em que não há a utilização de ferramentas atrativas que dinamizem e facilitem o processo de ensino-aprendizagem. 

Além disso, o desconhecimento dos docentes, a falta de incentivos das instituições educacionais representam entraves que atrasam a construção de novos modelos de ensino. Diante disso, as tecnologias educativas, como a utilização de jogos, representam uma ferramenta auxiliar, como metodologia ativa, na quebra desse paradigma, visto que esta se caracteriza como um método de empoderamento dos estudantes, potencializando os conhecimentos dos próprios ou facilitando a adição de novos saberes. 

OBJETIVO
Relatar sobre o desenvolvimento e utilização de jogo como metodologia ativa na estratégica de ensino na saúde, com acadêmicos de Enfermagem. 

MÉTODO
Trata-se de um relato de experiência, com abordagem descritiva, da construção e execução de um jogo educativo, chamado de “Gira – SUS”, voltado para os discentes que estivessem cursando a disciplina de Saúde Coletiva I, ou já tivessem concluído a mesma, do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande, por meio do projeto extensão vinculado a um grupo de pesquisa da mesma universidade, intitulado de LATICS – Laboratório de Tecnologias de Informação e Comunicação em Saúde, abordando a temática do Decreto 7.508/11 que regulamenta a Lei nº 8080, utilizado como tecnologia educativa facilitadora do processo de ensino-aprendizagem que permitiu fazer avaliação da fixação do conteúdo discutido em sala de aula. Para a construção do jogo foi utilizado como referencial teórico o próprio decreto. 

RESULTADOS E DISCUSSÃO
O jogo foi aplicado para os discentes que já haviam entrado em contato com tema durante a referida disciplina. Ele se deu através da disputa entre duas pessoas, no qual trabalhou também com memória dos jogadores. O quadro enumerado de um a vinte possui peças móveis com três faces, contendo os pontos chaves do decreto e suas definições. Os envolvidos escolhiam um número, onde era virado primeiro a palavra-chave e ele deveria, ao escolher o segundo número, ler a face que continha a definição e ver se correspondia ou não ao primeiro quadro virado. O competidor vencedor era aquele que obtivesse o maior número de acertos. A utilização deste jogo pode ser feita de maneira individual ou coletiva. 

O emprego dessa tecnologia educativa como atividade lúdica propiciou que os discentes participassem de uma ação que os permitiram protagonizar de forma ativa o processo ensino-aprendizagem, onde notou-se envolvimento, sensibilização e motivação por parte destes, corroborando com resultados já observados na literatura por autores como Gurgel e Fernandes (2015). 

De acordo com Silva e Amaral (2011), os jogos educativos, além de auxiliarem na aprendizagem dos discentes, promovem um sentimento de gratificação do discente, que demonstram, mutualmente, satisfação com sua aplicação; e melhoram a socialização dentro do espaço da sala de aula, diminuindo a proporção dos conflitos. 

Para Silva e Morais (2011), os jogos educacionais permitem aos discentes consolidarem satisfatoriamente os conteúdos que foram abordados em aulas tradicionais em sala de aula, de forma a conectar teoria e prática, podendo essa consolidação ser revalidada por meio de avaliações realizadas pré e pós aplicação dos jogos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O emprego das tecnologias educativas representa uma forma alternativa e bem-sucedida de educar, principalmente quando se aborda conteúdos considerados desagradáveis por alguns alunos, como leis, transformando em algo atrativo de se estudar. Portanto, torna-se fundamental a utilização de ferramentas transformadoras e inovadoras no ensino na saúde, com vista a mudanças no processo de aprendizagem, que contribua para constituição de habilidades e conhecimentos que a educação conservadora não consegue produzir.

DESCRITORES: Educação, Estudantes de Enfermagem, Tecnologia Educacional.

REFERÊNCIAS:
BRASIL. Decreto nº 7508, de junho de 2011. Brasília-DF, 2011.
GURGEL, P. C.; FERNANDES, M. C. Jogos educacionais no ensino da enfermagem em saúde coletiva: relato de experiência. Rev enferm UFPE on line., Recife, v. 9, n. 9, p. 9320-3, set., 2015.
SILVA, I.K.O.; MORAIS, M.J.O. Desenvolvimento de jogos educacionais no apoio do processo de ensino-aprendizagem no ensino fundamental. HOLOS. v. 5, p. 153-164, 2011.
SILVA, T.C.; AMARAL, C.L.C. Jogos e avaliação no processo ensino-aprendizagem: uma relação possível. REnCiMa. v. 2, n. 1, p. 1-8, 2011.