Título
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A UTILIZAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS PARA A PROMOÇÃO DO EMPODERAMENTO DE ALUNAS DE UMA ESCOLA ESTADUAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
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Autores
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Lucelia Fernandes Diniz (Relatora)
Alêssa Cristina Meireles de Brito
Bruna Alves
Clarice Nascimento da Silva
Maria Jeanny de Albuquerque
Laryssa Lins de Araújo
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Modalidade
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Comunicação coordenada
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Área
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Enfermagem em Saúde da Mulher
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INTRODUÇÃO
Segundo as Diretrizes Nacionais, educação em saúde é um procedimento sistemático, contínuo e permanente que tem como finalidade a construção da consciência crítica do individuo, incitando a busca por soluções coletivas para os problemas vivenciados e a sua participação efetiva no exercício do controle social. Onde para se realizar uma ação educativa satisfatória, é indispensável conhecer a realidade em que esses indivíduos que farão parte da ação estão inseridos. Com isso, a educação em saúde age como subsídio para a melhoria das condições de vida dos indivíduos e o educador deve buscar ser facilitador do conhecimento (BRASIL, 2007).
Segundo as Diretrizes Nacionais, educação em saúde é um procedimento sistemático, contínuo e permanente que tem como finalidade a construção da consciência crítica do individuo, incitando a busca por soluções coletivas para os problemas vivenciados e a sua participação efetiva no exercício do controle social. Onde para se realizar uma ação educativa satisfatória, é indispensável conhecer a realidade em que esses indivíduos que farão parte da ação estão inseridos. Com isso, a educação em saúde age como subsídio para a melhoria das condições de vida dos indivíduos e o educador deve buscar ser facilitador do conhecimento (BRASIL, 2007).
Nas metodologias ativas são considerados dois atores principais, o profissional, que passa a ser facilitador do processo de aquisição do conhecimento e não apenas proferir informações; e o aluno, que passa a ser denominado, remetendo ao contexto dinâmico, como estudante ou educando. Isso contribui para que haja um ambiente ativo, dinâmico e construtivo que irá influenciar positivamente a percepção de ambos (FARIAS et al. 2014).
É necessário que o docente possua sensibilidade para selecionar conhecimentos adequados, buscando reconhecer o contexto em que se processa a formação. Além disso, ser capaz de incentivar o discente a se interessar pela aprendizagem, buscando reconhecer e valorizar seu conhecimento e experiências prévias, sendo um instrumento de motivação para esse processo de construção coletiva de conhecimentos (HERMIDA et al. 2015).
OBJETIVOS
Perante o exposto, o estudo teve por objetivo expor a experiência de alunos discentes do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande, em uma ação de promoção de saúde que buscou o empoderamento de alunas de uma escola estadual.
Além de demonstrar a importância da prática de metodologias ativas para o processo de troca de conhecimentos entre os envolvidos.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência decorrente de uma ação educativa de promoção da saúde, realizada na manhã do dia 31 de Maio de 2017 durante o II Mutirão Nacional da Rede EBSERH, que trouxe neste ano de 2017 como pauta principal a saúde da mulher além das instituições hospitalares.
A ação educativa ocorreu em uma escola estadual da cidade de Cajazeiras e teve como tema a violência física e não física dentro das escolas a partir da percepção das alunas. A ação teve como público alvo alunas do ensino médio, das quais participaram 79 meninas na faixa etária entre 14 a 18 anos de idade. A equipe foi composta por 13 alunos do curso de enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande e uma professora orientadora da mesma instituição. Os alunos foram divididos entre os Grupos de verbalização e grupos de observação (GV-GO) e grupo de apoio, estes eram responsáveis por auxiliar as alunas a chegarem ao local onde ocorreria o evento, além de registrar através de fotografias e vídeos tudo que foi trabalhando durante a ação.
A Metodologia Ativa GV-GO consiste na formação de dois subgrupos sentados em círculos, um interno e outro externo, no qual no primeiro momento o grupo interno chamado de Grupo de Verbalização (GV), debate sobre o tema violência física e não física dentro das escolas a partir da percepção das alunas, e o grupo externo, chamado de Grupo de Observação (GO), observa sem fazer nenhum comentário até o fim do tempo estipulado. Em seguida, há a inversão dos grupos, no qual o GV passa a ser GO e vice-versa, dando oportunidade àquelas que ainda não tinham falado se pronunciar sobre o assunto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observou-se que a utilização da metodologia ativa foi muito produtiva, pois a partir do incentivo das discentes de enfermagem e da professora orientadora, as alunas puderam relatar de forma espontânea casos vivenciados ou do convívio das mesmas, sem sentirem-se oprimidas ou envergonhadas. Por ter sido uma ação voltada especialmente para as mulheres, elas sentiram-se mais seguras a relatarem casos e também a expressarem-se sobre o tema. Notamos a necessidade que algumas aparentavam de desabafar as experiências de violência física e não física que haviam sofrido ou testemunhado.
Para ação foram confeccionados cartazes que tiveram como intuito instigar as meninas a falarem de suas percepções acerca do assunto, nos ajudando a debatê-lo e nos dando uma orientação melhor de como proceder e continuar a conversa, de uma forma que as estimulasse a interagir ainda mais conosco e entre elas mesmas.
A problemática da violência contra a mulher é uma importante questão de saúde pública, vista que a mesma afeta não somente a vítima que sofre violência, mas também toda a sociedade. A educação em saúde constitui uma prática social capaz de promover e ampliar a reflexão e consciência crítica dos envolvidos (SILVA et al, 2016).
A educação em saúde utiliza-se da aprendizagem como forma de alcançar a saúde, sendo indispensável que a mesma seja voltada a acolher a população de acordo com sua realidade, a qual deve instigar questionamentos nos indivíduos, proporcionando assim oportunidades da pessoa fazer uma análise de sua cultura e ele próprio modificar a sua realidade (OLIVEIRA E GONÇALVES, 2004).
Deve se buscar o conhecimento de forma compartilhada e discutida com todos os indivíduos do grupo, além de incentivar o interesse e a iniciativa para a integração de conhecimentos, favorecendo o processo de ensino-aprendizagem (GESTEIRA et al, 2011).
CONCLUSÃO
A partir do debate pode-se concluir que houve satisfação de ambas as partes, visto a participação ativa de todas as envolvidas. Percebeu-se também a necessidade de mais práticas educativas, com a utilização de metodologias ativas a fim de ressarcir as necessidades de educação em saúde sobre o tema abordado durante a atividade. Vale ressaltar que essas práticas devem ser utilizadas com mais frequência quando se trabalha promoção de saúde, pois a mesma favorece uma maior discussão da temática e um maior envolvimento dos participantes, tornando a ação mais produtiva. Nesse processo transitório ao qual traz as metodologias ativas ao meio de ensino, se faz necessário a atualização dos profissionais para saber desenvolver de forma eficaz esse tipo de prática.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. Diretrizes de educação em saúde visando à promoção da saúde: documento base – documento I/ Fundação Nacional de Saúde – Brasília: Funasa, 2007. Disponível em: <http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/files_mf/dir_ed_sau.pdf> Acesso em: 31 de maio. 2017.
FARIAS, PAM; MARTIN, ALAR; CRISTO, CS. Aprendizagem Ativa na Educação em Saúde: Percurso Histórico e Aplicações. Revista Brasileira De Educação Médica. 39(1): 149-158; 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbem/v39n1/1981-5271-rbem-39-1-0143.pdf > Acesso em: 31 de maio. 2017.
GESTEIRA ECR, FRANCO ECD, CABRAL ESM, BRAGA PP, OLIVEIRA VJ. Oficinas como estratégia de ensino-aprendizagem: relato de experiência de docentes de enfermagem. Rev Enferm Cent-Oeste Min [Internet]. 2012 [acesso em 2014 ago 10];2(1):134-40. Disponível em: <http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/recom/article/view/33/264> Acesso em: 31 de maio.2017
HERMIDA, PMV; BARBOSA, SS; HEIDEMANN, ITSB. Metodologia Ativa De Ensino Na Formação Do Enfermeiro: Inovação Na Atenção Básica. Rev Enferm UFSM. 2015 Out./Dez.;5 (4): 683-69. Disponível em:<https://periodicos.ufsm.br/index.php/reufsm/article/view/16920/pdf> Acesso em: 31 de maio.2017
OLIVEIRA, H. M; GONÇALVES, M. J. F. EDUCAÇÃO EM SAÚDE: uma experiência transformadora. Rev Bras Enferm, Brasília (DF) 2004 nov/dez;57(6):761-3. Disponivel em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v57n6/a28.pdf> Acesso em: 31 de maio. 2017.
SILVA, PLN; ALMEIDA, SG; MARTINS, AG; GAMBA, MA; ALVES, ECS; SILVA JUNIOR, RF. Práticas educativas sobre violência contra a mulher na formação de universitários. Rev. bioét. (Impr.). 2016; 24 (2): 276-85. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/bioet/v24n2/1983-8034-bioet-24-2-0276.pdf> Acesso em: 31 de maio.2017.