Título
AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE VOLTADAS À MULHER: Relato de experiência
Autores
Camila Rolim de Figueiredo (Relatora)
Áurea Symone Gonçalves de Oliveira
Daniele Pereira Soares
Josué Bandeira do Nascimento
Laísa de Sousa Marques
Gerlane Cristinne Bertino Véras
Modalidade
Comunicação coordenada
Área
Enfermagem em Saúde da Mulher


INTRODUÇÃO:
A saúde da mulher deve ser pensada e construída numa perspectiva de desenvolvimento contínuo de modo a qualificar a assistência prestada, principalmente, pelo fato das mulheres constituírem a maioria da população brasileira e as que mais buscam o serviço de saúde (CASTRO et al., 2015), seja para a sua família, contatos sociais e/ou para o seu benefício próprio.

Para uma assistência integral da população, em especial a feminina, se faz necessário a utilização de ações de educação em saúde como base para o processo do cuidar, visto que promove a participação ativa dos atores sociais no seu processo saúde-doença, corresponsabilisando-os. Segundo Ceolin e colaboradores (2008), as ações educativas são de grande relevância para orientações, trocas de experiências, discutir e formular estratégias de cuidados individualmente ou em trabalho coletivo. 

No que se refere às atividades educativas em grupo, há a possibilidade de discussões mais amplas, viabilizadas por ações da equipe que estimulam reflexões, diálogos e questionamentos da população a respeito de sua realidade, de maneira ética e horizontal. Tal modalidade de educação em saúde desenvolve o pensamento crítico, a autonomia e a responsabilização mútua para o enfrentamento das barreiras que interferem na saúde, contribuindo para construção da integralidade da atenção (SOUSA; ASSIS, 2012).

Sendo assim, a educação em saúde pode ser entendida como uma prática dialógica e estratégica que envolve um conjunto de conhecimentos e práticas, tendo como foco a prevenção e promoção da saúde. No contexto atual, vem sendo bastante discutida, pois representa um método de desenvolvimento de consciência crítica e reflexiva (SIMÕES et al., 2014).

OBJETIVO:
Relatar a experiência das ações de educação em saúde voltadas à mulher.

METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo do tipo descritivo, na modalidade de relato de experiência, realizado em maio de 2017 proveniente de ações educativas realizadas em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de um município no interior da Paraíba no período de 7 a 10 de março de 2017 em comemoração ao Dia da Mulher. 

A priori, foram realizadas reuniões entre os membros da equipe para decidir o período de realização da ação, quais atividades e como seriam realizadas, os temas que seriam abordados, sendo elaborado um cronograma. Foram convidados como facilitadores os profissionais psicólogo e nutricionista que compõem o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF). Para convidar a população, foram confeccionados convites que os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) distribuíram na comunidade ao público alvo. Para o acolhimento, foi pensado na ornamentação da UBS.

Na abertura do evento, foi ministrada uma roda de conversa sobre as infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) e métodos contraceptivos, enfatizando a importância da realização periódica de exames.

No dia seguinte, abordou-se sobre a violência contra a mulher com distribuição de panfletos informativos sobre os diferentes tipos de violência que as mulheres podem sofrer, e quanto às medidas cabíveis a ser adotadas.

A psicóloga convidada facilitou a discussão sobre Depressão pós-parto e a nutricionista sobre alimentação saudável para as gestantes. 

Todas as atividades educativas primaram pela discussão e reflexão mútua para a (re)construção de saberes. Ao final de cada ação, era realizado um momento de interação com músicas, lanches saudáveis e entrega de rosas, que foram produzidas artesanalmente, a cada participante.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Durante as atividades desenvolvidas foi notória a satisfação e interesse do público. Houve troca de experiências e exposição de medos e anseios quanto às temáticas abordadas nas atividades educativas, com participação ativa das mulheres, promovendo reflexão e condições para que a mulher faça suas escolhas futuras com maior autonomia e segurança.

Para a execução de uma assistência que anele a qualidade, é necessário que haja a horizontalização das relações entre usuárias e profissionais de saúde, com ações de acolhimento e escuta para promoção do vínculo entre as pessoas envolvidas e os serviços de saúde como também as ações cotidianas do cuidado em saúde (ANDRADE et al., 2013).

Com a educação em saúde, foi possível ter maior contato com a população, ter noção da realidade da comunidade por meio de experiências vividas, vivenciar momentos únicos de construção de conhecimento e compreender a mulher em toda a sua singularidade e coletividade.

Para Xavier e colaboradores (2014), as práticas de cuidado na saúde da mulher, devem resultar de uma visão abrangente sobre a mulher e os determinantes socioculturais, que compõem seu contexto de vida para adoção de medidas de prevenção de agravos, promoção e recuperação da saúde.

Constatou-se que o trabalho multiprofissional em ações educativas coletivas desencadeia resultados positivos desde o momento de se planejar ao desenvolver.

CONCLUSÃO:
Observou-se que a educação em saúde, além de promover uma maior interação entre os envolvidos, estimula a confiança do público-alvo, instigando-os a participarem ativamente das atividades, principalmente quando utiliza-se metodologias ativas, resultando em maior empoderamento para o cuidado e autocuidado. No caso das mulheres, consequentemente favorecerão aos demais membros da sua família e contatos sociais.

Sugere-se que os profissionais de saúde, em especial o enfermeiro, conheçam a realidade da sua comunidade, identificando o contexto sociocultural em que vivem para planejarem e implementarem ações educativas com metodologias ativas. Para tal, se faz necessário a participação destes em capacitações de forma contínua. 

Descritores: Saúde da Mulher; Educação em Saúde; Atenção Primária à Saúde.

REFERÊNCIAS:
ANDRADE, S. R. et al. Best practices in primary healthcare and the meanings of integrality. Esc Anna Nery. v.17, n.4, p.620 – 627. 2013. 
CASTRO, L. M. X.; SIMONETTI, M. C. M.; ARAÚJO, M. J. O. Monitoramento e Acompanhamento da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) e do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Brasília, DF. 2015.
CEOLIN, R.; ROSA, L.; POTRICH, ZANATTA, E. A. Educação em Saúde como ferramenta para uma atenção integral à saúde da mulher: Uma reflexão teórica. Revista de Enfermagem. Frederico Westphalen, RS. p. 127-137.2009.
SIMÕES, R. R.; PRIMO, C. C.; LIMA, E. F. A.; LEITE, F. M. C. Educação em saúde na atenção à mulher e as contribuições da enfermagem: revisão integrativa.  Rev enferm UFPE on line. Recife, PE. 2014.
SOUSA, L. M.; ASSIS, M.. Educação popular em saúde e grupos de idosos: revisão sobre princípios teórico-metodológicos das ações educativas em promoção da saúde. 
XAVIER, A. G. et al. Analysis of nursing professional practices under the perspective of the integrality of assistance to the woman. Rev Rene. v.15, n.5, p.851-859. 2014. Acesso em: 05/05/2017. Disponivel em: <http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/1842/pdf.>